A velha faz sinal para o ônibus. Indaga o motorista: - Passa no Hospital Veterinário? Fosse eu o motorista, responderia simplesmente "não" e seguiria com o ônibus - e com a vida. Mas o motorista não sou eu, é alguém muito melhor, muito mais evoluído - ou ao menos mais comprometido com o processo. Ele responde: - Não, passa mais pra cima. Ela insiste: - Então tem que pegar o circular? - Isso. -Você me avisa onde eu tenho que descer? Como se dirigir já não fosse emprego suficiente. Ela sobe no ônibus e se senta ao lado de uma moça que está no banco preferencial. Bendita hora em que eu não sentei em um desses! O fenômeno "velhas causantis" volta a atacar assim que o ônibus adentra ao campus. A velha resolve ficar de pé dentro do ônibus, da maneira que melhor atrapalhasse a logística ali. O ônibus vai demorar uns 15 pontos (talvez 8, talvez 20 - eu não sou boa de conta) ainda para chegar onde ela deve descer, mas não serei eu que avisarei isso a ela. Enquanto i
Ninguém, absolutamente ninguém, entendeu as rachaduras no prédio novo. Muito menos eu. Mas eu nunca fiz muita questão de entender certas coisas mesmo. E o mais cômico (e também trágico) é que eu acabava entendendo a razão daquilo que eu nem queria saber, pra começo de conversar. As rachaduras passaram a ser maiores e melhores. Mais profundas, mas também mais aparentes. Ou talvez sempre tenham sido profundas, mas nunca foram tão aparentes. Isso não era da minha conta, e também não era problema meu. Ainda assim, eu sabia. Ainda assim, eu entendia. Ainda assim, eu sofria.
Comentários
Postar um comentário